Esses produtos foram avaliados sensorialmente quanto à aceitação com pelo menos 100 consumidores de pinhão, dos quais destes, muitos eram estudantes universitários do Centro Politécnico. De acordo com a pesquisadora os ‘snacks’ que apresentaram maior crocância e também maior taxa de expansão tiveram melhor aceitação pelos consumidores. Destes, 86% disseram que comprariam os extrusados tanto na sua forma natural quanto na versão salgada, enquanto que 92% comprariam na forma aromatizada doce. A amostra de sabor ervas finas foi a que apresentou maior nota de aceitação global dentre as salgadas, não havendo nenhuma amostra que tenha se destacado dentre as doces, uma vez que todas foram bem aceitas, segundo Manoela.
A orientadora do estudo conta que o amido de pinhão possui consideráveis teores de amido lentamente digerido e amido resistente, os quais, de acordo com estudos de outros pesquisadores, devido à maior resistência à ação das enzimas digestivas, fermentam lentamente no intestino, ocasionando sensação de saciedade por um longo período. Outra vantagem, segundo Agnes Scheer é que o pinhão não possui glúten e os alimentos podem ser indicados para pessoas celíacas. O consumo dessa semente também pode ser benéfico para os diabéticos, explica Manoela, uma vez que conduz a uma lenta taxa de liberação de açúcar na corrente sanguínea.
A pesquisadora concluiu ainda que “os extrusados de pinhão representam uma possibilidade promissora de converter estas sementes em produtos industrializados com potencial de aceitação nutricional e sensorial, o que, além de agregar valor às mesmas, pode auxiliar na preservação e manutenção da Araucaria angustifolia nas florestas”.
capa do Journal of good Science
Entre as várias possibilidades de avanço nas pesquisas nesta área, Manoela sugere que sejam desenvolvidos estudos da farinha pré-gelatinizada, de suplemento alimentar ou substrato aproveitando a casca e a película do pinhão, além de análises sensoriais utilizando técnicas multivariadas nos produtos industrializados do pinhão, indo além do processamento por extrusão.
O pedido de patente da tecnologia referente a essa pesquisa já foi depositado no Instituto Nacional de Propriedade Industrial e assim que for concedido poderá ser transferido para empresas interessadas em produzir em grande escala. Os experimentos de Manoela foram realizados na Embrapa do Rio de Janeiro que emprestou o equipamento e para que os estudos sobre a técnica de extrusão prossigam é meta do Laboratório de Engenharia de Alimentos da UFPR, comprar uma máquina extrusora.